terça-feira, 18 de setembro de 2018

20 autores essenciais da língua inglesa, desafio literário



Malu, você não se cansa não? Eu me canso bastante pessoal, mas a leitura as vezes pode ser a melhor forma de descansar e é por isso que estou em mais um desafio literário! A literatura inglesa sempre foi um assunto que me chamou muita atenção e muito dos meus autores favoritos são da Inglaterra (tenho uma paixão particular por esse país), então quis unir o útil ao agradável, buscando alguns dos grandes nomes do cânone inglês e sabendo mais sobre a literatura desse país que tem muito referência.

Através do site “Homo Literatus” selecionei vinte nomes de grandes autores ingleses e vou me propor a ler uma obra de cada um deles, tem nomes que eu não conhecia, outros que eu amo, vai ser divertido demais. Aí vai a lista de nomes:
  • Geoffrey Chaucer
  • Thomas Malory
  • Thomas More
  • William Shakespeare
  • Daniel Defoe
  • Jonathan Swift
  • Samuel Richardson
  • Jane Austen
  • Charles Dickens
  • Irmãs Bromte
  • George Eliot
  • Thomas Hardy
  • Oscar Wilde
  • Henry James
  • Joseph Conrad
  • Virginia Woolf
  • Aldous Huxley
  • George Orwell
  • Graham Greene
  • Anthony Burgess

Esta lista está em ordem cronológica, porém eu não seguirei ordem alguma e assim como o CBC, eu não sei quanto tempo este desafio existirá, pois irá depender dos livros que eu consegui encontrar para leitura, talvez o período da minha graduação inteira, mas ele existirá! Mas Malu, porque você está fazendo isso, porque não autores do seu país? Eu reconheço que temos grandes autores no Brasil, mas gostaria de futuramente (quem sabe estudar a literatura inglesa e por isso quero começar com os grandes nomes, eu sei que faltam alguns, foi difícil para mim discernir todos, mas é só um começo. Para estrear o desafio, estou lendo “Grandes Esperanças” do Charles Dickens, aguardem novas postagens, pois muito chá, livros e Inglaterra serão comentados nesse desafio!

Com Carinho, Malu, a Traça dos Livros.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Contos Completos de Virginia Woolf


“A decisão era deixar o mundo melhor do que ela o havia encontrado...” (Pág. 337)

Eu cheguei à conclusão de que não irei descansar até ler a obra completa de Virginia Woolf e dessa vez, escolhi ler seus contos. A reunião de cinquenta contos produzidos durante todo o período de criação literária da autora, é complicado falar sobre um livro com tanto conteúdo uma vez que os contos são diversos, mas posso dizer que se existe algo que pode descrever a produção contista de Virginia Woolf é a preparação.

Digo preparação pois conseguimos captar todos os artifícios presentes em sua obra de forma experimental e também como forma de maturação, conseguimos perceber o progresso da autora em relação à forma, como ela vai aprimorando seu estilo ao passar do tempo e também como certos enredos começaram a ser construídos. Se você ler cada um na sequência, também irá perceber que alguns contos conversam entre si, um personagem de um conto x está presente também no conto y, ou o cenário é sugestivo para um próximo conto, como por exemplo, Kew Gardens é citado em vários contos até ganhar um conto em especial. Eu realmente não sei se a autora tinha alguma intenção com isso, mas quero acreditar que em cada conto ela deixava pistas para os próximos que viriam.

Não posso deixar de mencionar que nossa querida Mrs. Dalloway aparece como personagem já em contos da Virginia Woolf. Sua primeira aparição é no conto “Mrs. Dalloway em Bond Street” e temos como primeira frase deste conto algo muito familiar: “Mrs. Dalloway disse que ela mesma ia comprar as luvas. ” Soa familiar para vocês? Porque para mim, é um tanto quanto, mais uma vez friso na preparação, nesse conto temos uma personagem, um enredo e um estilo sendo criados antes no romance que consagrou a escritora. Mrs. Dalloway pareceu me outros contos também, em especial no conto “A Apresentação” que eu não podia deixar de citar, pois foi o meu primeiro contato com a obra da Virginia, a um ano atrás, na aula de Teoria do Texto Narrativo, posso dizer que este conto é bem especial e particular para mim, pois é minha introdução ao mundo literário de Virginia Woolf, daquele dia em diante eu estaria lendo e mais lendo suas obras.

Agora vou deixar reservado este momento para comentar de dois contos que eu adorei muito! Talvez eles sejam os meus favoritos. O primeiro se chama “ Uma sociedade”, nesse um grupo de mulheres se reúnem e discutem sobre a sociedade que vivem, são mulheres instruídas e com grandes ideias, mas percebem que nunca serão realmente ouvidas na sociedade, temos ali um grande tom de ironia ao falar de temas como a literatura ou o casamento, no final, temos o anúncio da Guerra após o seu término, temos o reencontro destas mulheres depois de tantos anos tentando refletir sobre o que a sociedade se tornou depois da Guerra e o que poderia ser feito para o futuro. Achei esse conto de uma reflexão tremenda sobre a relação da sociedade e a mulher, tal reflexão que se torna atemporal, já que você consegue ter o mesmo questionamento anos depois que o conto foi publicado.

O outro conto que me cativou muito foi o “Lapin e Lapinova”, a história de um casal recém-casado que ao se conhecerem após o matrimonio, Rosalind percebe um gesto diferente em seu marido, seu nariz tremia feito uma lebre e daquele dia em diante, o espírito do casal se transformou em duas lebres em uma floresta apenas deles, Lapin e Lapinova, uma união particular e única deles, o espírito do casamento daquele casal. Passou os anos e um dia Rosalind sente que algo está diferente e inquieto dentro de si, foi naquele momento que ela percebeu que a alma de sua lebre Lapinova se foi e nada mais poderia ser feito. Uma alegoria sobre as relações de amor que são únicas e que um dia podem simplesmente... acabar. Me tocou muito a delicadeza de tudo que passou no conto, no final me via emocionada.

“ ‘É Lapinova...’, balbuciou ela, fitando-o tumultuosamente com seus grandes olhos sobressaltados. ‘Ela se foi, Ernest. Eu a perdi! ’ (...) E esse foi o fim daquele casamento. ” (Pág. 390)

Voltando a falar da forma, não podia deixar de falar sobre o fluxo de consciência, se for falar de Virginia Woolf e não citar este artificio muito bem usado pela autora, seria melhor eu me retirar. Com maestria a autora consegue desenvolver profundos momentos de fluxo de consciência em seus contos, deixo em especial o conto “A marca na parede” que a partir de um dia que uma marca na parede foi vista, inúmeras reflexões são costuradas ao decorrer da narrativa e a marca na parede foi apenas um estopim para aquela história se desenvolver. Ao correr da leitura, vemos como esta técnica foi se aprimorando com o passar do tempo e vestígios dos que seriam os romances publicados da autora já apareciam, como por exemplo o romance “As Ondas” em muitos contos consegui perceber características semelhantes. Mais uma vez caímos na preparação.

Preparação, ao escrever sobre isso me recordei sobre a minha última aula de Consolidação da Literatura Brasileira, estudamos o projeto literário de Machado de Assis e podemos notar que até ele publicar o seu primeiro romance, Machado de Assis passou por uma preparação a partir de seus poemas, contos, crônicas, ensaios até publicar Ressurreição e seus outros romances, houve um processo de reflexão e maturação que o fez ser o que até hoje estudamos. Quero crer que o mesmo houve com Virginia Woolf, um processo de aprimoramento e preparação para o que iria vir, seus romances que até hoje são clássicos da literatura. Agora saindo (não completamente) do universo da literatura, para criar um projeto de vida é necessário tempo e reflexão, do mesmo jeito que meu professor citou em sala de aula, é necessária uma preparação para aquilo que ainda virá, quando penso que tinha um sonho de ser escritora, como isso foi ingênuo, mas ao mesmo tempo pretencioso. Tenho dezenove anos, muito tempo ainda me aguarda e muitas reflexões, imagino que estou no caminho, mas ainda muito no começo e quando penso em escrever não me sinto digna o suficiente, parece que me falta algo ao escrever, me falta tempo, me falta amadurecimento, mas estou me preparando para o futuro que me aguarda. Talvez este blog seja minha preparação do meu projeto de vida, quem sabe? Quem sabe no futuro eu não veja este blog com um novo olhar, um olhar maduro e se isso acontecer eu já quero deixar um recadinho para o meu eu do futuro.

“Hey, Malu do futuro, hoje você é apenas um processo, mas tenha muito orgulho da sua jornada, a única coisa que precisa ser é você mesma, da sua maneira, sinta orgulho disso sempre, saiba que para mim você é muito especial e seu projeto será ótimo a sua maneira, tenha orgulho disso. ”

“Depois que ela aprender a ler, somente numa coisa você poderá ensiná-la a acreditar, nela mesma” (Pág. 182)

Com carinho, Malu, a Traça dos Livros.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Análise: Este Lado do Paraíso, o livro que me dividiu opinões (CBC)

Sim! De agora em diante talvez vocês vejam que eu pego livros na biblioteca da faculdade kkkk


O subtítulo já explica, esse livro dividiu muito as minhas opiniões e pelo o que eu pesquisei em blogs a fora, que também dividiu opiniões dos leitores, bom saber que não fui a única e que as críticas são tão diversas. De todos os livros que li do CBC, este foi o que menos eu gostei e vou explicar o porquê.
Quando li “O Grande Gatsby” eu gostei, porém acredito que não atendeu muito bem minhas expectativas, mas gostei do livro e ocorreu o mesmo agora com este livro do Fitzgerald, talvez pelo nome dele ter tão peso na literatura, eu idealizei um pouco suas obras. Porém, por ser a primeira obra do F. Scott Fitzgerald, ele tem seus (talvez grandes) defeitos.

Mais uma vez, o desafio literário me trouxe um romance de formação. Nessa obra, temos contada a vida de Amory Blaine, um jovem americano abastado, com uma personalidade esnobe e egoísta, que vivia com sua mãe um tanto quanto singular. Basicamente, temos a trajetória de Amory contada pelo decorrer da história que é dividida em duas partes. A primeira é sua juventude, ainda um tanto quanto esnobe e cheio de regalias, muito moldado pela influência materna, porém aos dezesseis anos, Amory vai estudar em Princeton e então começa a aparecer seu desenvolvimento intelectual e também seu caráter. Amory é um personagem muito moldado na vida, então acompanhamos a sua transformação que na primeira parte é um tanto quanto muito maçante! Alerto.

Por alguns momentos pensei em desistir da leitura e agradeço por não ter feito isso uma vez que chegamos a segunda parte do livro. O choque. Então temos Amory já adulto, no começo da vida adulta na verdade, e com ele os vários choques que ocorreram especialmente com ele e no mundo e que, de certa forma, lhe influenciaram muito. Primeiro temos o amor, o começo das desilusões e frustrações e junto disso também temos o trabalho, uma vez que a família de Amory não era mais tão bem abastada como antigamente e para anexar ao turbilhão de mudanças, houve a Guerra, que crucialmente mudaria todos os valores mundiais dali por diante.

Então vemos que a segunda parte temos Amory tentando lidar com todas essas mudanças e também tentando se adequar a elas, uma vez que muitos valores mudaram e ver todas essas questões fez o livro se tornar um pouco mais interessante. Também é muito pertinente colocar na análise é a forma que a história é escrita, pois Fitzgerald mistura alguns gêneros textuais, temos por muitos momentos fragmentos de cartas e poesias e em um determinado momento da história, temos tudo narrado no formato de teatro, o que é muito interessante e instiga a leitura. Por fim, temos Amory seguindo seu caminho e um final deixado em aberto, não sabemos qual foi o final da sua história, se obteve ou não sucesso, se sua essência mudaria, se tornaria um escritor, foi um final bem aberto a possibilidades. O que salienta mais que esta seja uma obra autobiográfica ou pelo menos, baseada em alguns fatos do autor.

Agora uma opinião pessoal, esse livro me dividiu completamente uma vez que, comecei lendo e me arrastei por muito tempo em uma leitura maçante e exaustiva para no final eu ficar triste por ter acabado já que me via completamente atenta a história, querendo saber o final da jornada de Amory, ou seja, talvez um livro assim que me divida tanto mostre realmente que é uma obra fantástica, eis um questionamento que levarei para o futuro...

Com carinho, Malu, a Traça dos Livros.