Minha colcha de cama está sendo um ótimo fundo para cenário kkkk
Primeira leitura do ano concluída com
muito sucesso, começamos o ano com um olhar bem reflexivo sobre a sociedade,
mas acredito ser primordial para o momento que estamos vivendo. Primeiramente é
preciso dizer, não é uma leitura fácil por ser chocante demais com a realidade,
porém é completamente precisa para a vida, uma literatura fundamental.
Eu já havia lido este livro na
escola por volta dos meus catorze/ quinze anos, mas achei fundamental ler outra
vez para captar aquilo que não havia sido entendido anteriormente ou ter uma
nova visão a partir da segunda leitura, como George Orwell está na minha lista
de autores ingleses fundamentais para se ler, não achei melhor oportunidade e
aqui estamos.
O enredo basicamente conta a
história de um grupo de animais que, cansados das explorações causadas pelo seu
sono e fomentados pelas palavras de um ancião da fazenda, organizam uma rebelião
e tomam a fazendo para si a fim de terem liberdade, instituindo um novo sistema
igualitário e de cooperação, denominado Animalismo. Esta sociedade consistia em
certos mandamentos que colocavam os animais em uma posição de aversão ao ser
humano devido toda a exploração que sofreram ao longo da vida, além disso,
fornecia direitos iguais a todos os animais e garantia suas liberdades, temos
como exemplo o último mandamento no Animalismo que consistia em dizer “Todos os
animais são iguais”. Todavia, aos poucos, os animais mais inteligentes que no
caso eram os porcos, começaram a usufruir de privilégios, restituindo os
direitos dos outros e logo implantando um sistema de tirania cujo era movido
pela total opressão, silenciosamente os direitos dos outros animais foram
tirados e os mandamentos modificados, como por exemplo “Todos os animais são
iguais, mais uns são mais iguais que os outros”.
Contudo, é necessário nos situarmos
do contexto no qual esta obra foi escrita e tudo que ela representa. Claramente,
vemos o enredo como uma alegoria a Revolução Russa e a ditadura stalinista que
ali se instalou pós revolução. Vemos na figura do ancião, o porco Major, uma
figura das teorias que fomentaram a revolução como o Marxismo e o Comunismo,
temos Major como a figura de Lenin enquanto os dois outros porcos que o substituíram
após sua morte, temos a visão de Trotsky e Stalin, o porco Bola de neve, mais
preocupado com a sociedade, muito mais próximo ao povo e que drasticamente é
estigmatizado como vilão a ponto de ter que fugir da perseguição poderia
simbolizar Trotsky, enquanto Stalin é visto na figura do porco Napoleão, que já
tinha maior conhecimento do poderio militar, muito mais enérgico e que aos
poucos foi instalando um sistema tirano em cima do que já havia sido posto. Quanto
aos animais, vemos a figura do povo que apoiou o sistema com o sonho de ter
melhorias e voltou novamente ser escravizado, o desejo de melhoria e liberdade
nunca foi completamente ocorrido uma vez que novamente foram perdidos os
direitos além de serem os que mais sofreram durante tal regime.
Mesmo com o fim do regime
comunista, ainda este livro se faz muito necessário aos dias de hoje além de
trazer discussões sobre nosso mundo atual, é preciso enxergar que em qualquer ideologia
política, ou qualquer regime, haverá sempre aqueles que serão privilegiados e
aqueles que mais serão afetados com a tirania. Atualmente estamos passando por
um ano de começo de mandato presidencial e que está gerando muitas críticas e incertezas
no país, é necessário sabermos em qual lado estarmos, daqueles que aceitam as mudanças
sem questionamento ou aqueles que enxergam e opinam sobre os rumos que o país
levará. Uma dica, aqueles que não questionam e relevam os fatos, são os
primeiros a serem silenciados.
“De certa maneira, era como se a granja tivesse ficado rica sem que nenhum animal houvesse enriquecido – exceto, é claro, os porcos. ” (Pág. 102).
Com carinho, Malu, a Traça dos
Livros.
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