“Ninguém deve conhecer a sua mensagem enquanto não se passarem cem anos” (Pág. 180).
Primeiro dia do ano, primeira
postagem do ano no blog, primeira análise do ano... não podia ser algo menos
especial do que esta obra magnífica! E essa análise se torna especial pois o
ano inteiro quis ler este livro, mas sempre não me apareceu uma boa
oportunidade e ao acabar de ler a última página, no último dia do ano, um
sentimento de satisfação me alimentou, terminei o ano com uma leitura
maravilhosa!
É difícil escrever sobre esta
história pois ela possui inúmeros arcos e fatos que nos deixa um pouco perdido ao
tentar procurar onde começar, mas basicamente somos apresentados durante cem
anos à família Buendía, que, ao decorrer desses anos é fundada, atinge uma
ascensão e no final, começa a ruir em uma profunda queda, como um grande clã
sul-americano.
Quando Gabriel Garcia Marquez escreveu
a árvore genealógica da família Buendía, ele também escreveu a história da
América Latina, cheia de sonhos, aspirações, guerras e solidão, o que faz desta
obra uma das mais importantes da atualidade. Com um estilo próprio e único, o
autor nos tele transporta para um universo fantástico que nos faz rir, emocionar,
temer, uma junção perfeita de tantos elementos que faz o livro ser fabuloso. Gabriel
Garcia Marquez traz o realismo mágico ao nosso conhecimento que traz a
peculiaridade que vemos apenas nesse livro, é inexplicável tudo que este livro
representa na verdade.
Não vou me atentar muito ao enredo
porque além de ter muitos acontecimentos, acredito que seria melhor que uma
leitura completa da história seja feita sem contar muitos acontecimentos, para
que as surpresas sejam mais genuínas, mas para não perder o costume, vou contar
basicamente o começo da narrativa, com a vinda de viajantes para a fundação da
aldeia de Macondo, e um dos fundadores foi o primeiro José Arcadio Buendía, um
homem sonhador e cheio de ambições, junto de Úrsula, sua esposa, tornam-se os patriarcas
da família que através de geração a geração não se mostram esquecidos, uma vez
que sempre os nomes retornam ao batizarem os novos Buendías. A história vai
relatando as gerações com seus sucessos e infortúnios até o relato do último
Buendía, que decifra o pergaminho de Melquíades, o alquimista amigo da família,
cujo havia profetizado toda a história da família Buendía até aquele presente
momento, encerrando assim um ciclo de uma história heroica, bela e trágica
daquela família única e irreverente.
Mas é claro que alguns fatos da
história precisam ser destacados nesta análise, menções honrosas para o Coronel
Aureliano Buendía, um líder militar que não venceu nenhuma batalha, mas fez história,
sempre escapando da morte até o momento de recebe-la serenamente, é incrível
ver os altos e baixos deste personagem. Outro fato importante de comentar é a
chuva, durante quatro anos, onze meses e dois dias chovem em Macondo sem parar
e isso influenciou muito a vida dos personagens da história, e já que estamos
falando sobre isso, a literatura de “Cem anos de solidão” tem como elemento o
realismo mágico, então algumas condições sobrepõem-se a realidade e faz o livro
ser muito mais magnífico como por exemplo a morte de José Arcádio Buendía, no
momento de sua morte choveu flores amarelas, é intrigante pois não sabemos se
trata de uma alegoria ou se realmente aconteceu naquela realidade, mas o que
realmente importa no caso é que encanta o leitor.
“... viram pela janela que estava caindo uma chuvinha minúscula de flores amarela. Caíram por toda a noite sobre o povoado, numa tempestade silenciosa, e cobriram os tetos e taparam as portas, e sufocaram os animais que dormiram ao relento. Tantas flores caíram do céu que as ruas amanheceram atapetadas por uma colcha compacta, e eles tiveram eu abrir caminho com pás e ancinhos para que o enterro pudesse passar. ” (Pág. 138).
Outro ponto que eu não poso deixar
de comentar é de um personagem em especial, que para mim, é sem dúvidas a
melhor personagem de todo o livro e responsável pela prosperidade dos Buendía,
ela, a matriarca da família, Úrsula Buendía. A figura da mulher é exaltada a
partir dela como uma figura austera e líder, que se manteve forte em todos os
momentos de sua vida, com as loucuras do marido, a perda e desventuras de seus
filhos e netos, e mesmo quando a idade avançada chegou a seu corpo, se manteve
determinada e forte. Úrsula Buendía é um exemplo de resistência e coragem e
para mim, a líder de todo o clã Buendía, a melhor personagem escrita por Gabriel
Garcia Marquez, nunca irei me esquecer dela.
“Nós vamos nos transformar em cinzas nessa casa sem homens, mas não vamos dar a este povo o gosto de nos ver chorar. ” (Pág. 172).
Para finalizar, “Cem anos de
solidão” não é apenas uma obra única, mas também é universal e tão universal
que és, torna-se pessoal para aqueles que o lê, pois aborda o mundo e também o
nosso mundo particular e sem dúvidas uma das maiores obras de todos os tempos
da literatura mundial, uma obra que é indispensável a leitura, muito obrigada
2018 por me proporcionar esta última leitura e que 2019 possam aparecer mais sensações
assim com os novos livros que virão.
Com carinho, Malu, a Traça dos
Livros.
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