Esperei a febre do mês de outubro
passar, quase todos os canais e blogs que conheço enfatizaram muito a temática
do Halloween e de histórias de terror, mistério e morte para enfim ler esse
clássico da literatura inglesa. Além disso, foi meu primeiro contato com Henry
James, um escritor inglês muito renomado (desafio dos 20 autores) e que eu
estava ansiosa para conhecer, não me decepcionei, o resultado dessa leitura foi
incrível!
Vamos começar falado do título, em
inglês o conto chama “The turno of the screw” e conseguimos entender o porquê
deste título a partir do desenrolar da história. Começamos com um clássico dos
contos de terror, pessoas reunidas contando histórias horripilantes, até que um
dos ouvintes alega ter uma história aterrorizante, a mais aterrorizante de
todas e que envolviam duas crianças, ele conta a história de uma mulher que não
sabemos o nome, a partir das suas anotações que foram confiadas a tal narrador.
Então começamos a saber a história pelo ponto de vista dela.
Uma jovem mulher, filha de um
pároco, que buscava um emprego digno e se deparou com um belo homem cujo à
primeira vista se viu atraída, o mesmo tinha uma proposta para ser uma
governanta no interior do país, para seus dois sobrinhos cujo tinha a tutela,
ao aceitar a proposta, ela devia estar ciente que o mesmo não queria contato
com as crianças, a nova governanta não poderia escrevê-lo, pois não era do seu
interesse saber sobre as crianças e ficava na responsabilidade dela resolver os
problemas que poderiam aparecer. Ainda envolvida por ele, a jovem aceita o
emprego e vai para a casa em Bly.
Primeiramente, ela conhece Flora,
uma menina linda e adorável que logo tem toda a sua empatia. Posteriormente ela
veio a conhecer Miles que, estranhamente foi expulso do colégio interno por má
conduta, mas ao conhece-lo percebe que ele era o contrário disso, além de
extremamente belo, era simpático e inocente, ou seja, a moça logo tem total
amor pelas duas lindas crianças e tudo parecia ser belo aos seus olhos nesse
novo emprego.
Então, eis que as complicações
começaram a aparecer. A tal jovem começa a ver o fantasma de duas pessoas, a
antiga governanta da casa e o mordomo, ambos mortos antes dela chegar em Bly, o
mesmo casal tinha um caso escandaloso pela casa e a jovem começa a acreditar
que não é a única que pode vê-los, as crianças também podiam e começa então
querer a qualquer custo protegê-las e faze-las confessar que também viam tais
fantasmas. Es que o título se faz pertinente. Todavia, esse excesso de proteção
e convicção de seus atos levará a uma desgraça no final, leiam a história e
ficarão completamente sem rumo com o final que tudo levará.
Como sempre, eu nunca deixo os detalhes
técnicos ou estruturais das obras de lado, mas venho aqui contar uma história
um pouco diferente dessa vez. É a história do meu leitor fantasma, cabe bem com
a premissa que o livro trazia. Peguei emprestado na biblioteca da minha
faculdade o exemplar e posso dizer que algum leitor antes de mim fez anotações
e grifos em momentos da história que enriqueceram muito a minha leitura, um
leitor fantasma muito atento aos detalhes que me indicava pistas ou sugeria
interpretações, muito atento a forma, indicando tempo e espaço com muita rigidez
e que me deu uma possibilidade de leitura muito vasta. A este leitor fantasma –
cujo tenho quase certeza que se trata de um estudante de letras também – agradeço
infinitamente por ter sido tão atento e genial, fez da minha leitura lago muito
mais enriquecedor.
Com carinho, Malu, a Traça dos
Livros.
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