Dia 16 de dezembro de 1775, nascia
uma das autoras inglesas mais influentes da sua época e que até hoje inspira e
motiva muitos escritores e, assim como eu, leitores também. É difícil falar sobre
ela aqui no blog, pois sou uma admiradora assídua de sua obra e quanto mais
amamos um certo escritor, mais árduo é nosso trabalho de exaltá-lo, não existe
palavras o suficiente para descrever minha afeição por Jane Austen e para nunca
esquecer das suas obras, decidi que todo mês de dezembro eu lerei algum romance
seu, mesmo que eu tenha lido outros ao decorrer do ano, em dezembro eu lerei
Jane Austen e esse ano decidi ler Emma.
Este romance traz as
características bem conhecidas de Jane Austen, a história de uma jovem inglesa
e o retrato da sociedade cujo ela pertencia, então temos os bailes, passeios e
cortes muito em retratados, sem perder o estilo da época e o próprio estilo que
Jane Austen é conhecida. Pela primeira frase do livro, já sabemos como Emma
realmente é. “Emma Woodhouse, bonita, inteligente e rica. ” Pode soar
superficial, mas é aqui que a ironia nata da autora entra em jogo no romance,
Emma ao mesmo tempo que se limita a esses atributos torna-se – ouso dizer – a
melhor personagem do universo dos romances de Jane Austen.
Sim, Emma de longe é a
personagem/protagonista mais completa de Jane Austen, pois ela é um pacote
completo de eterno carisma e até uma certa forma de humor. Emma nos envolve na
história por sempre possuir aquele caráter puro e cheio de sonhos, que chega a
ser ingênuo, mas que é lapidado a cada capítulo. A personagem cresce junto a
narrativa, ela é cativante pois passa de fútil a encantadora, ela é engraçada e
atrapalhada, mas junto de ti leva um espírito muito forte e convicto, ela
conhece seu papel na sociedade e tenta dar um passo à frente.
Quando falamos das heroínas de Jane
Austen, até mesmo Elizabeth Bennet possui um caráter mais sóbrio, mesmo sendo
muito à frente de seu tempo – darei apenas seu exemplo para não me estender nos
outros romances – Emma consegue sobrepor Elizabeth por possuir um carisma único
e cativante e podemos dizer que sua condição de não querer se casar durante uma
grande parte do livro nos mostra como ela sabia em qual camada social ela
pertencia – uma classe alta – e com isso poderia usufruir de tal escolha, de
ver o casamento com outros olhos e saber que já possuía dentro da casa de seu
pai, um título de dona e que não existia tantas vantagens assim em um casamento
perto do que ela já possuía, nos mostrando o quão articulada ela poderia ser.
Emma não era fã da literatura, era sociável e nobre, mais uma vez trazendo a
ideia de uma heroína muito diferente da outras, podemos dizer que ela é uma das
protagonistas mais bem construídas de Jane Austen.
Bem, até agora só falei de Emma e
não contei muito do enredo em si, esse livro é uma daquelas obras que possuem
um enredo bem simples em vista da complexidade de outros quesitos, como o dos
personagens, que possuem personalidades únicas e distintas. Temos a vida de
Emma sendo relatada, assim como as pessoas que com ela convive em seu círculo
social e Emma possui uma característica, o qual é a mais conhecida pelos
leitores, de querer unir casais, algumas vezes com sucesso, como no caso do Sr.
e a Sra. Weston, outras vezes não, como na maioria dos casos, mas Emma possuía
uma excelente índole e muitas vezes por ingenuidade não percebia as reais
intenções das pessoas, ela buscava fazer o bem. Então temos ao decorrer da
história inúmeros eventos que geram muita diversão á nós leitores com uma
linguagem amena e divertida, mesmo com quase seiscentas páginas o livro não nos
cansa.
Outro aspecto muito lindo e
importante de salientar é a relação amorosa de Emma e o Sr. Knightley, pois
também é um romance diferente dos outros vistos nos romances austenianos, temos
aqui uma relação fraternal que foi sendo construída amorosamente. Sr. Knightley
é um homem muito mais distante das pessoas, mas que sempre possuiu uma amizade
cativante com Emma e que aos poucos foi construindo o romance da história,
ambos um com o outro são muito sinceros e verdadeiros e chega a ser belo como
ambos descobrem estar apaixonados, acredito que é uma forma bem real de um
romance, não possui muitas idealizações ou adereços, simplesmente acontece.
Portanto, podemos concluir que foi
uma experiência maravilhosa (na verdade, é uma releitura para mim) que me
divertiu e me fez amar cada vez mais as obras de Jane Austen. A ela, sou
eternamente grata por cada vez que nos encontramos por meio da leitura, me inspirar
e aprimorar tudo o que eu sou, como é incrível ser transformada pela
literatura!
Com carinho, Malu, a Traça dos
livros.
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