terça-feira, 17 de julho de 2018

Análise: On The Road, se perder para se encontrar (CBC)



E mais uma vez, meu desafio literário me leva a ler mais um clássico da literatura norte-americana. Agora, Jack Kerouac e seu tão famoso livro “On The Road”. Acredito que de todos os livros citados, este foi um nome muito marcante para mim, é difícil dizer que esta obra é mais importante, pois na lista de doze livros temos Shakespeare, Fitzgerald e Harper Lee, mas era um nome que eu já conhecia e tinha muita vontade de ler.

Está sendo difícil começar minha análise, pois este livro não carrega apenas palavras diferenciadas. Esta obra carrega uma geração inteira, completamente modificada e nova que apareceu naquela época, este livro é uma vanguarda, um clássico, algo que vai se estender pelos tempos como uma referência, mesmo em um tempo de novos valores. On The Road foi a bíblia para a “Geração Beat” que apareceu no final da década de 1950 que inspirou muitos movimentos jovens posteriormente, neste caso, vemos as primeiras manifestações jovens sobre seus futuros e os questionamentos destes.

Vamos a história... temos uma estrutura de narrador mais como um observador do que um protagonista em si, não consigo ver Sal Paradise como um protagonista do romance. Sal é um estudante que começa a se aventurar no mundo da escrita, em busca de inspiração do seu romance, ele decide embarcar junto de seu grande amigo, Dean Moriarty – o verdadeiro protagonista da história – pelos Estados Unidos. Assim começa a primeira viagem da dupla de amigos.

Somos levados no banco de trás de um carro sobre as estradas americanas, juntos, percorremos montanhas e desertos, corremos junto dos rios e campos, conhecemos cidades e pessoas pitorescas que vão influenciando cada vez mais a história e a fazendo ser mais marcante. A forma como o autor descreve cada momento é muito minuciosa, somos apresentados a cada detalhe das paisagens ou das pessoas que Dean e Sal conheciam. É um artificio de escrita lindo, mas havia momentos bem cansativos na leitura.

A aventura não se limita apenas a viagem, ela se estende a mente desse personagem bem peculiar que é Dean Moriarty. Um jovem cheio de indecisões, cheio de desejos e completamente em dúvida sobre seu futuro, sendo necessário fazer a viagem para se perder em busca de se encontrar. Esta aura reflete diretamente em Sal uma vez que ele vê uma enorme admiração por Dean e até mesmo, uma forma de inspiração para seguir em frente. Por isso a viagem é tão necessária, aqueles jovens buscam um sentido para a vida, o futuro é muito incerto e tedioso e viver este presente insólito se torna a fuga mais eficaz para aquele momento.

Na minha humilde opinião, quem sou eu para julgar, eu reconheço a referência e a carga cultural que este livro carrega, não se pode negar o quão este livro foi importante para uma geração e como ainda ele pode comover jovens. Todavia, isso não ocorreu comigo. Eu achei a obra muito diferente e interessante, mas faltou algo nela que ainda não sei bem explicar o que, talvez não tenha me atraído tanta a atenção ou não tenha ocorrido uma certa identificação que com muitos acontece ao ler On The Road, mas não dá para negar, este livro deu novas reflexões na sua época, não deixa de ser genial.


Com carinho, Malu, a Traça dos Livros.

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