E mais uma vez, meu desafio
literário me leva a ler mais um clássico da literatura norte-americana. Agora,
Jack Kerouac e seu tão famoso livro “On The Road”. Acredito que de todos os
livros citados, este foi um nome muito marcante para mim, é difícil dizer que
esta obra é mais importante, pois na lista de doze livros temos Shakespeare,
Fitzgerald e Harper Lee, mas era um nome que eu já conhecia e tinha muita
vontade de ler.
Está sendo difícil começar minha
análise, pois este livro não carrega apenas palavras diferenciadas. Esta obra
carrega uma geração inteira, completamente modificada e nova que apareceu
naquela época, este livro é uma vanguarda, um clássico, algo que vai se
estender pelos tempos como uma referência, mesmo em um tempo de novos valores.
On The Road foi a bíblia para a “Geração Beat” que apareceu no final da década de
1950 que inspirou muitos movimentos jovens posteriormente, neste caso, vemos as
primeiras manifestações jovens sobre seus futuros e os questionamentos destes.
Vamos a história... temos uma estrutura
de narrador mais como um observador do que um protagonista em si, não consigo
ver Sal Paradise como um protagonista do romance. Sal é um estudante que começa
a se aventurar no mundo da escrita, em busca de inspiração do seu romance, ele
decide embarcar junto de seu grande amigo, Dean Moriarty – o verdadeiro
protagonista da história – pelos Estados Unidos. Assim começa a primeira viagem
da dupla de amigos.
Somos levados no banco de trás de
um carro sobre as estradas americanas, juntos, percorremos montanhas e
desertos, corremos junto dos rios e campos, conhecemos cidades e pessoas
pitorescas que vão influenciando cada vez mais a história e a fazendo ser mais
marcante. A forma como o autor descreve cada momento é muito minuciosa, somos
apresentados a cada detalhe das paisagens ou das pessoas que Dean e Sal
conheciam. É um artificio de escrita lindo, mas havia momentos bem cansativos
na leitura.
A aventura não se limita apenas a
viagem, ela se estende a mente desse personagem bem peculiar que é Dean
Moriarty. Um jovem cheio de indecisões, cheio de desejos e completamente em dúvida
sobre seu futuro, sendo necessário fazer a viagem para se perder em busca de se
encontrar. Esta aura reflete diretamente em Sal uma vez que ele vê uma enorme admiração
por Dean e até mesmo, uma forma de inspiração para seguir em frente. Por isso a
viagem é tão necessária, aqueles jovens buscam um sentido para a vida, o futuro
é muito incerto e tedioso e viver este presente insólito se torna a fuga mais
eficaz para aquele momento.
Na minha humilde opinião, quem sou
eu para julgar, eu reconheço a referência e a carga cultural que este livro
carrega, não se pode negar o quão este livro foi importante para uma geração e como
ainda ele pode comover jovens. Todavia, isso não ocorreu comigo. Eu achei a
obra muito diferente e interessante, mas faltou algo nela que ainda não sei bem
explicar o que, talvez não tenha me atraído tanta a atenção ou não tenha
ocorrido uma certa identificação que com muitos acontece ao ler On The Road,
mas não dá para negar, este livro deu novas reflexões na sua época, não deixa
de ser genial.
Com carinho, Malu, a Traça dos Livros.
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