Sonhos são bizarros, eles têm a
capacidade de te fazer refletir sobre tudo que está acontecendo na sua vida ou simplesmente
pregar uma peça na sua consciência. Desde o momento que eu acordei, não consigo
parar de pensar no meu sonho da noite passada e de tanto estar presente em mim,
me vi na obrigação de escrever.
O sonho começou com a visão dos
meus passos, usando meus sapatos cor de caramelo, sobre uma ponte, num dia frio
de inverno. Andando, encontro uma mulher escorada sobre a ponte, olhando o rio
passar, ela era jovem e muito bela e quando me aproximei, ficando ao seu lado,
percebi que era Virginia Woolf (a foto que escolhi é bem o que eu vi no sonho
mesmo). Ela parecia não notar minha presença, só olhava para o rio passando
pela ponte, por uns minutos fico repetindo o mesmo gesto dela, olhar o rio
passar até que Virginia se vira para mim, me encara profundamente e diz a
seguinte frase:
“You’re not everybody, you are everything.”
Primeiramente, não sei se essa
frase está sintaticamente correta, talvez se trate de algo mais poético na
frase, só sei que depois disso acordei. Eu sou tudo, mas não sou todo mundo, o
que realmente isso quer dizer? Por que Virginia?
Foi simbolismo em cima de
simbolismo, naquele momento eu precisava estar naquela ponte, eu precisava refletir
sobre eu mesma e o meu valor no mundo. De fato, somos únicos. Não somos como os
outros, mas ao mesmo tempo estamos em todos os lugares e deixamos parte de nós
em todos os lugares. Quando caminho, cada lugar que eu estive deixei um
fragmento de mim e cada pessoa que passou por minha vida deixou sua impressão
em mim, assim como eu tenho certeza que deixei nelas. Sempre me atenho na minha
singularidade e em como me esforço para não ser levada junto ao rio de mesmices
do mundo, mas nunca parei para notar que estou em todas as coisas.
Eu sou o céu que paira sobre minha
cabeça, eu sou o chão que piso com passos pesados, eu sou o vento que embaraça
meus cabelos e eu sou parte de um mundo que me move dia-a-dia e uma parte de mim
também é uma engrenagem no mundo, além de ser essencial, eu só precisava ter consciência
disso.
Então tenho a figura de Virginia
Woolf. Ainda se mostra algo complexo de se entender, uma vez que não tenho
tanto conhecimento da obra dela, mas sei um pouco de sua vida, talvez esse
sonho seja um ponto de partida para me aproximar mais das obras dela.
Estar sobre aquela ponte com
Virginia Woolf me fez ver como somos vastos e também como somos tão pequenos em
relação ao mundo, são tantas metáforas complexas na cabeça, mas ao mesmo tempo entendíveis.
Era preciso estar sobre a ponte, vendo o rio passar, só não posso deixar que as
pedras dos meus bolsos me afundem nele, eu só preciso continuar caminhando com
meus sapatos cor de caramelo.
Malú, sempre surpreendendo.Adoro te ler..
ResponderExcluirVera Barone
Que sonho doido! Gostei da sua interpretação.
ResponderExcluirManinha linda... Sua expressão na escrita é linda! Super está no caminho certo!
ResponderExcluirNossa, sister,! Não tenho palavras para agradecer o suficiente!
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