sexta-feira, 11 de maio de 2018

O Estrangeiro (CBC) e minha fase existencialista




Primeiramente, eu quero dedicar essa publicação do blog ao meu amigo Israel, o ser culto e mais incrível do campus da UFSCar, além de me encorajar a ler o livro, também discutiu comigo sobre a obra e isso me ajudou muito a escrever. Essa é para você Israel! Obrigada mesmo! E se você estiver lendo isso, não se sinta envergonhado, pois você merece reconhecimento mesmo!

De todos os livros do Charlie Book Challenge, este era o título que mais me intimidava, realmente eu não sabia o que esperar da leitura, além de ter aquela visão de complexidade me rodeando, mas o resultado após ler esse livro foi fantástico e me motivou demais a continuar a ler a obra de Albert Camus.

De início, vou resumir a narrativa em apenas uma palavra. Indiferença. Esta, vai estar presente em todos os momentos enquanto lemos a história, na verdade a indiferença se faz presente até mesmo no título, “O estrangeiro”, quem seria o estrangeiro? Atentei-me a definir o estrangeiro como o próprio protagonista, Mersault, ele é banhado por essa aura de indiferença em sua vida que pode se dizer que ele é um estrangeiro nesse mundo que vive.
Chega a ser perturbador o nível de estabilidade que Mersault tem em relação aos momentos de sua vida. No começo da narrativa, temos o relato da morte de sua mãe, cujo não lhe parece afetar muito, o que mais lhe preocupou foi que ele teria que quebrar sua rotina e ir até a casa de repouso cuidar das providencias do funeral, quando tudo acabou, ele seguiu sua vida normalmente.

Todavia, existe em Mersault momentos de catarse (podemos dizer) onde o protagonista se desprende deste estado latente e realiza certa ação que vai completamente contra sua rotina ou qualquer tipo de vida que ele levava, isto ocorre no final das duas partes da história, cujo são muito emocionantes!
O livro inteiro te traz inúmeras reflexões sobre a natureza humana, exatamente o que o autor procura propor e também o que o contexto da época propõe. Camus escreveu O Estrangeiro em um contexto filosófico específico, o existencialismo, muito conhecido pelo seu pensador Jean-Paul Sartre e foi assim que “O Muro” entrou em minha vida (thak you, Israel). Após ler O Estrangeiro, senti que não foi o suficiente para entender toda a filosofia que por ali girava, então comecei a leitura deste livro, que é um acervo de contos escritos pelo próprio Sartre.

Portanto, estou vivenciando uma fase Existencialista. Para entender seus preceitos, estou usando a literatura ao meu favor e como forma de estudo também. Irei ler, de forma alternada um romance de Albbert Camus e um conto de Sarte. Apenas li – ainda - o primeiro conto, com o mesmo nome do título do livro e a mesma aura de O Estrangeiro também cerca a história, tendo seu final um desfecho chocante assim como a obra de Camus e uma grande crítica aos governos fascistas no período do século XX. O objetivo dessa fase literária que estou vivendo não é apenas entender o contexto filosófico cujo as obras foram escritas, mas também enxergar nelas uma forma de refletir sobre o mundo que vivo hoje, se posso ser também uma estrangeira ao mundo assim como Mersault, só espero não ter o mesmo fim dele.
Então, ao decorrer do blog, ainda lerão muito sobre minha aventura nas palavras de Camus e Sartre.

Com carinho, Malu, a Traça dos livros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário