“Não quero ser célebre nem grande.
Quero avançar, mudar abrir meu espírito e meus olhos, recusar ser rotulada e
estereotipada. ”
Depois de ler alguns dos seus
romances, nada mais justo ler a sua própria biografia. Dessa vez reuni dois
livros: “As mulheres de Virginia Woolf de Vanessa Curtis e “Virginia Woolf,
Biografia” de Alexandra Lemasson, duas leituras que abriram meus horizontes
sobre a obra dessa autora e que vão fazer toda a diferença no futuro.
Eu já tinha esta biografia de bolso
da Virginia, mas não tinha achado a melhor oportunidade para ler, o momento
chegou um dia perambulando a biblioteca da minha faculdade, sem querer achei
“Mulheres de Virginia Woolf” numa estante e me empolguei de ler sobre a vida
dessa autora que está conquistando muito meu coração e estante.
Primeiro vou falar do livro da
Vanessa Curtis, e já posso começar dizendo, que trabalho mais delicado e
minucioso! Pois se trata de uma biografia de Virginia, mas com a ênfase nas
mulheres que passaram por sua vida e, de certa forma, contribuíram para a vida
dela e sua obra. A autora traçou uma linha do tempo de acordo com cada capítulo
que era dedicado a uma figura feminina ligada a Virginia, desde sua mãe, avô,
irmã, companheiras até a própria Virginia. Tudo narrado com muita precisão,
técnica e esmero, um livro realizado com maestria, um estudo detalhado e
maravilhoso, que te envolvia e emocionava, pois, cada passo que você lia sobre
certa mulher, mais você conhecia Virginia.
Outro aspecto que me chamou muita
atenção e que sempre vou me recordar é como as histórias de Virginia com certas
personagens femininas estão ligadas aos seus romances. Sempre soube que Orlando
foi uma homenagem a Vita Sackville-West que foi sua grande amiga e amante, mas
é muito interessante ver os aspectos diversos em outros personagens, como a
figura de sua mãe na Sra. Ramsay de Passeio ao farol e como sua irmã Vanessa é
homenageada em Noite e Dia pela figura da protagonista Katherine. Essas
mulheres não só influenciaram sua vida, mas como também foram cruciais para seu
desenvolvimento como escritora, e conseguimos enxergar como, de certa forma,
Virginia se sentia grata por isso através de seus romances, como se eternizasse
para sempre aquelas que tanto amou.
Quando comecei a leitura de sua
outra biografia, a experiência foi extremamente diferente, mas o resultado foi
igual. Como é incrível, história é igual, mas contada de formas completamente
diferentes. No caso da biografia de Alexandra Lemasson, tudo é retratado de
forma, podemos dizer, “romanceada”. É como se estivéssemos mergulhados em uma
narrativa de uma bela e trágica história de uma mulher predestinada a ser
extraordinária, chega a ser idealizado o retrato de Virginia Woolf dentro da
história, como uma pessoa perfeita com suas imperfeições, soa ambíguo, mas
lendo este livro se torna sensato.
Não posso dizer que não gostei de
ter lido, pois eu gostei bastante, só tive uma visão um pouco nebulosa dos
fatos, tudo parecia muito perfeito e preciso, como se tivesse maquiagem nos momentos
que sabemos que na vida de Virginia foram muito conturbados e o fato de não ter
uma ordem cronológica, tudo parece montado de forma desordeira e confusa, cheio
de elogios à vida da autora, como se tudo que foi trágico parecesse atos
românticos e artísticos, chega a ser um pouco plastificado, mas a essência é a
mesma do livro de Vanessa Curtis, retratar a vida dessa autora.
Finalizando, me sinto cada vez mais
íntima da literatura de Virginia Woolf, parece que de pouco a pouco estou conhecendo
as nuances e os detalhes desta mulher tão magnifica. De agora em diante, nunca
mais as leituras serão as mesmas, pois sempre terei novas visões por conhece-la
melhor a partir dessas biografias. Virginia Woolf cada vez mais está ganhando
minha vida e se tornando uma das minhas autoras favoritas.
“Para Virginia, se a felicidade
existe, ela só pode ser literária. ” (Pág. 41)
Com carinho, Malu, a Traça dos
Livros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário