Na foto, tentei fazer uma releitura da imagem que no livro continha, intitulado "Paisagem vista do quarto"
Antes de começar, quero dedicar esse
texto para quem me emprestou o livro e que também me fez ter conhecimento de
tal história, o senhor Renan Bolognin (espero ter escrito certo). Obrigada por
sempre ser tão solícito e atencioso comigo, e também por me emprestar o livro. Também
é legal contar o contexto que me inseri com esse livro, foi ano passado. Como uma
boa curiosa, encontrei um minicurso muito interessante em um colóquio na minha
faculdade, eis que o palestrante era o Renan, foi quando o conheci e nesse
minicurso me interessei muito pelo livro citado da autora Sophie Calle, passou
meses e reencontrei Renan e ele lembrou que eu havia gostado do enredo, mas infelizmente
não tinha lido ainda. Essa semana, na Jornada de Letras, fui a um novo minicurso
ministrado pelo Renan e pelo meu querido Nicolas Neves e dessa vez, consegui
pedir emprestado o exemplar e assumo, li em menos de duas horas. Obrigada mesmo,
Renan!
Em meio das minhas leituras acadêmicas
– que me fizeram ficar um pouco ausente do blog -, decidi dar um espaço para
esse livro e para a minha surpresa eu li o livro todo em apenas uma hora. Chegou
ao ponto que tive que reler durante a noite, pois temia ter perdido algum
detalhe, mas na verdade acho que eu estava precisando de um novo panorama nas
minhas leituras. Mais uma vez eu estou lendo um livro contemporâneo e isso me
faz muito bem, pois muda os meus ares no meio de tatos clássicos que ando lendo
ultimamente. Em resumo, a leitura tão rápida foi cheia de emoções.
Para falar sobre “Histórias Reais”
é preciso falar sobre a autora, Sophie Calle é uma fotógrafa e artista que
pauta sua criação artística de acordo com momentos ou fatos que ocorrem em sua
vida e suas reações. Podemos dizer que é um título bem autoexplicativo, mas
basicamente a obra se consiste breves relatos cotidianos da narradora,
acompanhado com uma fotografia que representa o que foi escrito. O tema varia,
desde momentos da infância da autora, momentos com sua avó ou até uma coleção de
breves relatos de sua vida com seu ex-marido.
O que realmente me prendeu nessa
história é a forma tão singela e fluida de contar sobre a vida, acompanhados
das fotografias somos inseridos no universo da autora, sendo reais os fatos ou não,
a história nos prende, talvez esta seja a razão de eu ter lido tão rápido, cada
página era uma história nova para descobrir, rir, se emocionar ou simplesmente
ficar sem palavras e são apenas histórias reais. Como esta, que para mim, foi a minha favorita:
“A xícara
Sua inteligência me deixava
paralisada. Le me convidou para almoçar. A alegria que senti só de pensar nisso
foi acompanhado por um certo desconforto: o temor de não estar à altura. Para me
preparar, perguntei a ele sobre o que iríamos conversar. Um exercício que eu sabia
ser tão tolo quanto inútil, mas que me deixava mais tranquila. A queima-roupa,
D escolheu o tema: ‘o que faz você acordar pela manhã? ’ Passei a semana toda
pensando e estabeleci várias respostas. Chegado o dia, lancei imediatamente a
pergunta para ele, que respondeu: ‘O cheiro do café’, e mudamos de assunto. Ao final
da refeição, o café foi servido, e roubei a xícara como uma lembrança. ” (Pág. 53)
O que mais me encantou nessa obra além
das histórias contadas é a coragem da autora de colocar a sua vida como um
livro, são situações tão cotidianas e ao mesmo tempo muito pessoais, mas foram
estampadas para nós leitores. Sempre temo quando escrevo de tornar minha
escrita pessoal e de me expor dessa maneira chega a ser, para mim, assustador. Todavia,
para a autora vulgo artista, é algo que faz parte do seu show, da sua arte e
todo tipo de arte é muito bem-vinda, gostaria de ter esse tipo de coragem.
Se um dia algum de vocês cruzarem
com o caminho desta obra ou de qualquer trabalho de Sophie Calle, vale a pena a
atenção.
Com carinho, Malu, a Traça dos
Livros.
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